A motivação dos Alunos e engajamento na Escola

A motivação dos alunos

Entenda como a motivação influencia na aprendizagem e como criar engajamento em sala de aula.

A motivação dos alunos tem um papel relevante tanto no desempenho escolar, quanto na qualidade das metas traçadas ao longo da vida.

Nesse artigo, vamos te ajudar a entender como funciona a automotivação, quais são as condições necessárias para desenvolvê-la nos estudantes e de que forma a escola pode estimular esse processo.

Motivação é a energia para a ação. É o que te levanta de manhã e te move ao longo do dia.”

Edward L. Deci

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O que é motivação?

A palavra motivação deriva de “motivus”, termo em latim relativo a movimento. De forma simplificada, podemos dizer que motivação é a energia ou impulso para uma ação, uma força que nos faz buscar um objetivo.

Por se tratar de algo interno, não podemos ver a motivação de alguém diretamente, mas por meio dos comportamentos demonstrados por cada um de nós.

Sendo assim, a motivação está relacionada à nossa disposição para agir e se comportar de determinada maneira.

No ambiente escolar, a motivação dos alunos costuma se mostrar através da vontade de saber mais sobre os conteúdos, pela participação nas aulas e sua dedicação nas atividades. Mas a relação da motivação com a sala de aula não para por aí.

Como funciona a motivação?

A Teoria da Autodeterminação, criada pelos psicólogos Richard M. Ryan e Edward L. Deci, nos permite compreender o processo da motivação e a importância da automotivação. 

A teoria define dois tipos de motivação: autônoma e controlada, que podem mudar conforme o contexto. 

MOTIVAÇÃO AUTÔNOMAMOTIVAÇÃO CONTROLADA
Vem de dentro do próprio indivíduo; está relacionada ao nosso prazer em fazer algo. São nossas vontades e interesses.Vem do meio externo; ligada a coisas que fazemos por necessidade, medo ou recompensa. São nossas responsabilidades e obrigações.

Dessa forma, uma pessoa pode ser motivada de forma controlada em seu trabalho, mas pode ter uma motivação autônoma na hora de praticar atividades físicas, por exemplo.

Controlada ou Extrínseca

A motivação extrínseca – ou controlada – se dá em situações em que fazemos algo para ganhar recompensas, por necessidade ou medo de punição, sem nenhum tipo de prazer atrelado à realização da tarefa.

Quando pagamos contas, costumamos fazer isso motivados extrinsecamente. Fazemos os pagamentos para evitar as consequências punitivas, como ter a energia cortada, nome negativado e linha telefônica suspensa.

Autônoma ou Intrínseca

A motivação autônoma, também chamada de motivação intrínseca, surge em contextos de prazer, quando nos envolvemos em determinada atividade por interesse próprio. 

Ao ler um livro ou assistir a um filme, geralmente somos movidos pela motivação intrínseca, já que são atividades que nos deixam felizes e nos proporcionam momentos de lazer.

O que diz a BNCC?

No contexto escolar, faz sentido priorizar o desenvolvimento da motivação autônoma.

A BNCC destaca a importância do desenvolvimento do protagonismo e autonomia visando a preparação dos adolescentes para a vida adulta e o mundo do trabalho. 

Segundo a Teoria da Autodeterminação, existem três necessidades psicológicas básicas fundamentais para que haja motivação autônoma:

  • Competência: é necessário que o aluno se sinta competente para realizar as atividades propostas, o que significa que elas não podem ser nem muito fáceis, nem difíceis demais.
  • Autonomia: o adolescente deve se sentir autônomo, despendendo de senso crítico e reflexão para agir conforme seus valores morais.
  • Vínculo: é preciso que haja um sentimento de pertencimento a um grupo e participação social efetiva, bem como a existência de uma rede de apoio.

Essas três necessidades intrínsecas são interdependentes e, sendo assim, o desenvolvimento de uma acarreta no desenvolvimento das outras.

É necessário que o aluno esteja inserido em um ambiente que ofereça suporte para que as necessidades possam se desenvolver de forma adequada ao longo da vida.

Como desenvolver a motivação autônoma nos alunos?

Não existe uma fórmula mágica para ter alunos motivados, é necessário que a escola crie condições para que eles se motivem.

O Protagonismo Juvenil pode ser um forte aliado nesse processo, uma vez que cria condições favoráveis ao desenvolvimento das necessidades psicológicas básicas.

Com propostas que dão mais autonomia para os alunos, a tendência é que eles se sintam também mais competentes e livres para buscar diferentes opções até encontrarem seus reais interesses.

O ambiente escolar deve ser compreendido como uma incubadora de sonhos, com incentivo para explorar possibilidades e suporte para a realização do Projeto de Vida.   

Em “Garra: O Poder da Paixão e da Perseverança”, a psicóloga Angela Duckworth aponta que temos mais satisfação na vida quando o que fazemos coincide com nossos interesses pessoais.

“Ninguém se interessa por tudo, e todos se interessam por alguma coisa. Por isso, unir seu trabalho àquilo que mais atrai sua atenção é uma boa ideia.”

Angela Duckworth

Além disso, destaca que a motivação intrínseca contribui para a melhoria do desempenho acadêmico.

“Universitários cujos interesses pessoais coincidem com sua especialidade tiram notas mais altas e abandonam menos os estudos”. 

Angela Duckworth
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A importância do Projeto de Vida

Não podemos entender a motivação apenas como um impulso inicial… Ela deve ser um processo!

Nesse ponto, o Projeto de Vida se torna uma ferramenta importante para ajudar os alunos a identificarem e cultivarem seus interesses pessoais, profissionais, sociais e familiares.

Além disso, ajuda o aluno a entender o tempo necessário para o desenvolvimento de seus interesses e como superar os desafios que podem surgir durante o percurso.

Contudo, sabemos que a adolescência é um período crítico em termos de internalização de normas e estabelecimento de limites e, portanto, esses interesses devem ser cultivados em consonância com os valores morais e éticos da nossa sociedade, respeitando também as limitações inerentes à idade dos jovens.

Com o Projeto de Vida, é possível que os alunos trilhem um caminho de autoconhecimento até a descoberta de seus interesses e consigam planejar e traçar suas metas de forma autônoma, seguindo seus próprios valores morais. 

Por irem ao encontro de suas afinidades, tendem a manter-se motivados na execução dos passos necessários para sua realização pessoal e, dessa forma, as chances de abandono do projeto se tornam menores.

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